Mostrando postagens com marcador Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brasil. Mostrar todas as postagens

Sucateada e sem investimentos, educação brasileira regrediu 8 anos durante a pandemia

 

A educação e o avanço econômico andam de mãos dadas, afinal uma nação bem desenvolvida tem mais chances de ampliar a qualidade de vida da população e, consequentemente, reduzir diferenças sociais e criminalidade.

No mês passado, publicamos uma matéria sobre a rotina de professores e alunos no período da pandemia em uma escola pública de Minas Gerais. As informações fornecidas pela docente entrevistada indicavam, entre outras coisas, a falta de acesso a tecnologias básicas, como computador, celular e internet, para crianças e adolescentes assistirem às aulas remotas, além de fazerem atividades escolares.

Agora, vasculhamos estudos e dados recentes para entender quais serão os impactos da pandemia na carreira desses futuros trabalhadores do país, conectando-os a tendências profissionais, em especial ligadas à tecnologia.

Passos de formiga

Para isso, desbravamos o novíssimo relatório “TIC Educação 2021”, produzido pelo Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura.

Os dados foram coletados em mais de 3,6 mil escolas urbanas e rurais entre setembro de 2021 e abril de 2022, com informações de 1,8 mil professores. De acordo com o doc, o levantamento abrangeu o período de restrições “em grande parte das escolas do território nacional”.

Segundo o estudo, uma média de 91% das escolas adotou o modelo híbrido nos últimos 12 meses. Para grande parte dos docentes de escolas públicas (91%), a falta de dispositivo e acesso à internet na casa dos estudantes foi o maior desafio enfrentado no período.

Marvin, agora é só você

Também foram citadas dificuldades, como a defasagem na aprendizagem (95%) e falta de habilidade para realizar atividades educacionais com os alunos por meio da tecnologia (69%). Achamos interessante que as dúvidas dos estudantes eram tiradas em sua maioria por telefone (81% nas escolas urbanas e 91% nas escolas rurais).  

O baixo número de computadores nas escolas públicas para todos os alunos figurou entre as barreiras mais enfrentadas no uso das TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) (82%), além da internet lenta (73% das escolas estaduais e 72%, das municipais).

Sem falar no impacto também nos professores. Para 85% dos docentes, o aumento da carga de trabalho foi uma das maiores dificuldades, ao lado da perda ou dificuldade de contato dos alunos com a escola ou com os colegas (83%), assim como as dificuldades no atendimento a alunos com deficiência (76%).

Enquanto alunos e professores lutavam para garantir que o ensino não estacionasse de vez, outro processo definitivo rolava no país: o aceleramento da digitalização no Brasil, responsável por criar novas demandas na vida e no trabalho das pessoas.

Sentindo-se no passado

O estudo “O mercado de trabalho para as juventudes no Brasil pós-pandemia”, produzido pelo Porvir, site especializado em conteúdo de educação, reflete sobre esse cenário. “Assim como em outros campos, no mundo do trabalho as pessoas se dividirão cada vez mais entre os incluídos e excluídos digitais”, destaca o doc.

Conforme o relatório, a conquista de um emprego em empresas de grande e médio porte “preocupadas em construir bases e engajar consumidores” (ou com mais chance de oferecer segurança financeira) será um dos principais desafios para os jovens menos abastados no futuro.

Isso porque, diante de sua condição de vida, haverá impedimentos no avanço da carreira. Assim, muitos deles serão forçados a trabalhar em empregos do tipo “leilão da internet” — algo similar ao ofertado pelos apps de entrega.

O processo é lento

É a cultura da economia do bico, que nasceu como um modelo de composição de renda, mas que no Brasil tornou-se a única alternativa de renda de muita gente”, explicou ao estudo Henrique Dias, da Box1824, empresa especializada em visões de futuro e mapeamentos comportamentais. “Isso gera um novo processo de exclusão e é preciso um novo modelo de formação que consiga dar conta desse problema”, disse Diogo Tsukumo, do Itaú Educação e Trabalho.

Já um relatório do Banco Mundial sobre os reflexos da pandemia na educação vai mais longe, ao estimar que dois em cada três alunos brasileiros podem chegar aos 10 anos sem saber ler adequadamente um texto simples. Essa defasagem é classificada pelo órgão como “pobreza de aprendizagem” e deve aumentar para 70% no país (a porcentagem anterior era 50%).

Todo padrãozinho

Por outro lado, uma análise da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) mostra que o conhecimento na América Latina retrocedeu oito anos por causa da pandemia. Devido à falta de incentivos governamentais, a OEI ainda considera 2020 e parte de 2021 como anos perdidos para educação. E isso vai afetar cerca de 17 milhões de jovens, que terão de deixar os estudos de lado para ajudar no sustento de casa.

De acordo com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), as profissões do futuro terão alta demanda em diversos setores da Tecnologia, em especial Internet das Coisas (25%), segurança (11%) e big data (10%). Embora a diversidade seja essencial para a inovação e combater vieses preconceituosos, a real é que, com tanto atraso, o campo tech deve continuar sendo ocupado pelo mesmo padrão de pessoas.


Fonte: The Brief
Compartilhar:

Câmara aprova texto-base de MP que flexibiliza o ano letivo da Educação Básica e Ensino Superior

A MP 934, que estabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e do ensino superior como enfrentamento da pandemia, teve seu texto-base aprovado no último dia 30 em sessão virtual do plenário da Câmara dos Deputados.

Ainda estão pendentes de votação os destaques apresentados em plenário pelos parlamentares, em data a ser definida.

A MP tem validade até 14 de agosto. Depois de concluída sua tramitação na Câmara, seguirá para deliberação do Senado Federal.

A CNTE considera que houve importantes avanços em relação à proposta inicial do governo, que previa apenas a dispensa da obrigatoriedade dos 200 dias letivos previstos na Lei 9.394/96 (LDB), em decorrência da crise sanitária.

O governo pretendia se abster de qualquer responsabilidade no processo educacional durante e depois da pandemia, prática adotada na educação, na saúde e em outras áreas sociais.

Atendendo a reivindicações da sociedade, especialmente da comunidade educacional, a Câmara dos Deputados acrescentou mecanismos que observam o caráter interfederativo (regime de colaboração) para a oferta escolar durante e após a pandemia.

Com o novo texto, a União fica obrigada a participar de diversas ações de coordenação e de auxílio técnico e financeiro aos sistemas estaduais, distrital e municipais de educação, inclusive podendo utilizar parte do “orçamento de guerra” para financiar as demandas escolares.

Além disso, o ano letivo de 2020 poderá adentrar o calendário de 2021 com novos arranjos e respeitando-se a autonomia das escolas e universidades.

O Enem e os programas do MEC para ingresso no ensino superior terão que se adaptar aos novos calendários, devendo os sistemas subnacionais de ensino serem consultados previamente sobre esses assuntos como forma de assegurar a equidade no calendário escolar e a aprendizagem aos estudantes (ver abaixo a lista completa das ações indicadas pela MP 934).

Ainda sobre as ações interfederativas, a referida MP dialoga com o PL 2949, de coautoria de deputados da oposição, o qual complementa outros aspectos da gestão democrática voltados para a formulação dos protocolos de retorno às atividades escolares presenciais.

E esse projeto precisa ser aprovado com urgência pelo Congresso, com alguns acréscimos condizentes às garantias de emprego e renda para os profissionais da educação no atual momento da pandemia, uma vez que a MP 934 também se mostrou silente sobre esses assuntos que foram destacados durante a votação na Câmara Federal.

Outro projeto correlato à MP 934 diz respeito ao PL 3165/2020, que prevê auxílio financeiro na ordem de R$ 31 bilhões para compensar as perdas tributárias de estados, DF e municípios com o financiamento da educação básica pública. Essa cifra poderá ser alocada de novas fontes do governo federal ou do orçamento de guerra já previsto na MP 934.

Confira as principais medidas previstas na MP 934:

  1. O Conselho Nacional de Educação (CNE) editará diretrizes nacionais com vistas à implementação das medidas dispostas na MP 934.
  1. Os estabelecimentos de ensino de educação básica (públicos e privados), em caráter excepcional, no ano da pandemia, ficam dispensados:
  • em âmbito da educação infantil, de observarem o mínimo de 200 dias de trabalho e de 800 horas anuais previstos no inciso II do art. 31 da Lei nº 9.394; e
  • no ensino fundamental e no ensino médio, da obrigatoriedade dos 200 dias de efetivo trabalho escolar, desde que cumprida a carga horária mínima anual estabelecida na LDB, sem prejuízo da qualidade do ensino e da garantia dos direitos e objetivos de aprendizagem.
  1. A reorganização do calendário escolar obedecerá aos princípios do art. 206 da Constituição Federal, notadamente a igualdade de condições para o acesso e permanência nas escolas, e contará com a participação das comunidades escolares para sua definição.
  1. Para o cumprimento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, a integralização da carga horária mínima do ano letivo afetado poderá ser feita no ano subsequente, inclusive por meio da adoção de um continuum de duas séries ou anos escolares, observadas as diretrizes nacionais editadas pelo CNE, a BNCC e as normas do respectivo sistema de ensino
  1. A critério dos sistemas de ensino, no ano letivo afetado, poderão ser desenvolvidas atividades pedagógicas não presenciais:
  • Os sistemas de ensino que optarem por adotar atividades pedagógicas não presenciais como parte do cumprimento da carga horária anual deverão assegurar, em suas normas, que os alunos e os professores tenham acesso aos meios necessários para a realização dessas atividades.
  • As diretrizes nacionais editadas pelo CNE e as normas dos sistemas de ensino, no que se refere a atividades pedagógicas não presenciais, considerarão as especificidades de cada faixa etária dos estudantes e de cada modalidade de ensino, em especial quanto à adequação da utilização de tecnologias de informação e comunicação, e a autonomia pedagógica das escolas assegurada pelos arts. 12 e 14 da Lei nº 9.394 (LDB).
  • Caberá à União, em conformidade com o disposto no § 1º do art. 211 da Constituição Federal, prestar assistência técnica e financeira de forma supletiva aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal no provimento dos meios necessários ao acesso dos profissionais da educação e dos alunos da educação básica pública às atividades pedagógicas não presenciais adotadas pelos sistemas de ensino, durante o estado de calamidade pública.
  • Para fins de cumprimento das demandas listadas acima, a União poderá utilizar os recursos oriundos do regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações instituído pela Emenda Constitucional nº 106, de 7 de maio de 2020.
  1. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal implementarão, em regime de colaboração, estratégias intersetoriais de retorno às atividades escolaresregulares nas áreas de educação, de saúde e de assistência social.
  1. Fica facultado aos sistemas de ensino, em caráter excepcional e mediante disponibilidade de vagas na rede pública, possibilitar ao aluno concluinte do ensino médio matricular-se para períodos de estudos de até um ano escolar suplementar.
  1. O Ministério da Educação ouvirá os sistemas estaduais de ensino para a definição das datas de realização do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem)
  • Os processos seletivos de acesso aos cursos das instituições de educação superior que tenham aderido ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (Prouni) serão compatibilizados com a divulgação dos resultados do Enem.
  1. O retorno às atividades escolares regulares observará as diretrizes das autoridades sanitárias e as regras estabelecidas pelo respectivo sistema de ensino.
  1. Caberá à União, em conformidade com o disposto no § 1º do art. 211 da Constituição Federal, prestar assistência técnica e financeira de forma supletiva aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal para a adequada implementação das medidas necessárias ao retorno às atividades escolares regulares.
  • Para cumprimento da finalidade acima disposta, a União poderá utilizar recursos oriundos do regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações instituído pela Emenda Constitucional nº 106 (“orçamento de guerra”).
  1. Será assegurado atendimento educacional adequado aos estudantes enfermos (que não possam se deslocar à escola), garantidos, aos das redes públicas, programas de apoio, de alimentação e de assistência à saúde, entre outros.
  1. Serão mantidos os programas públicos suplementares de atendimento aos estudantes da educação básica e os programas públicos de assistência estudantil da educação superior, devendo ser considerados os 200 dias letivos para fins de financiamento desses programas.

Brasília, 02 de julho de 2020

Fonte

Compartilhar:

CIEE MG disponibiliza plataforma de ensino virtual


O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) de Minas Gerais está ofertando vagas de estágio em níveis técnico e superior. Ao todo, são 13 vagas para Belo Horizonte e região.

No nível superior, a oferta é de 10 vagas - sendo a maioria para BH, mas há oportunidades em Ibirité e Santa Luzia. A carga horária é de 6 horas diárias, o valor da bolsa-auxílio varia de R$600 a R$980 e todos os estagiários têm direito a auxílio-transporte.

As chances são para estudantes dos cursos de Administração, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Gestão Comercial, Gestão Financeira, Gestão de Processos Gerenciais, Marketing, Publicidade e Propaganda, Rede de Computadores, Tecnologia da Informação, Turismo e Sistema da Informação.
Ja para o nível técnico, são três vagas para os estudantes dos cursos de Técnico de Informática, Técnico em Administração, Técnico em Hotelaria, Técnico em Rede de Computadores e Técnico em Turismo.

Os interessados precisam fazer o cadastrar no site do CIEE MG (http://www.cieemg.org.br) e enviar nome completo, curso e período para o e-mail: vagas@cieemg.org.br. Para mais informações, a instituição disponibiliza o número (31) 3429-8100.

O CIEE MG conta com cerca de 11 mil estagiários e mil jovens aprendizes e, a fim de auxiliá-los durante o período de isolamento, a instituição disponibilizou o CIEE Saber Virtual - uma plataforma de ensino a distância.

Através do portal da instituição, os interessados podem acessar a plataforma de ensino que conta com ambientes virtuais de aprendizagem. Os cursos são gratuitos e integralmente online. No caso do jovem aprendiz, os cursos online estão valendo como complementação da formação teórica, portanto são obrigatórios.

Na plataforma, é possível realizar quatro cursos ou 'trilhas de conhecimento, como a instituição intitulou. Os temas são: "Preparação para o Mundo do Trabalho", "Lidando com a informática", "Orientação e informação profissional" e "A comunicação e a matemática".

Ao final do curso, os participantes terão direito a um certificado digital. De acordo com o CIEE, esses conteúdos têm a finalidade de preparar os jovens para o mundo do trabalho.

Fonte: CIEE
Compartilhar:

Bibliotecas com estantes vazias


Mais da metade das 180 mil escolas brasileiras não têm uma biblioteca ou sala de leitura, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep. 

Para além disso, um levantamento feito em 2015 pela Fundação Lemann mostrou que a escassez de livros segue o mapa da desigualdade social: na Região Sul 77,6% das escolas públicas têm biblioteca, contra apenas 26,7% na região Norte.

Fim da história? Não.

Uma lei sancionada em 2010 determina que toda escola, pública ou particular, tenha uma biblioteca até 2020, com pelo menos um título cadastrado por aluno. Nos cabe cobrar as autoridades para que a lei seja cumprida.
Compartilhar:
Proxima → Inicio
 https://www.enjoei.com.br/@vitrineraros

Seguidores

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *