Como escolas e colégios de BH planejam volta às aulas presenciais
Câmara aprova texto-base de MP que flexibiliza o ano letivo da Educação Básica e Ensino Superior
A MP 934, que estabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e do ensino superior como enfrentamento da pandemia, teve seu texto-base aprovado no último dia 30 em sessão virtual do plenário da Câmara dos Deputados.
Ainda estão pendentes de votação os destaques apresentados em plenário pelos parlamentares, em data a ser definida.
A MP tem validade até 14 de agosto. Depois de concluída sua tramitação na Câmara, seguirá para deliberação do Senado Federal.
A CNTE considera que houve importantes avanços em relação à proposta inicial do governo, que previa apenas a dispensa da obrigatoriedade dos 200 dias letivos previstos na Lei 9.394/96 (LDB), em decorrência da crise sanitária.
O governo pretendia se abster de qualquer responsabilidade no processo educacional durante e depois da pandemia, prática adotada na educação, na saúde e em outras áreas sociais.
Atendendo a reivindicações da sociedade, especialmente da comunidade educacional, a Câmara dos Deputados acrescentou mecanismos que observam o caráter interfederativo (regime de colaboração) para a oferta escolar durante e após a pandemia.
Com o novo texto, a União fica obrigada a participar de diversas ações de coordenação e de auxílio técnico e financeiro aos sistemas estaduais, distrital e municipais de educação, inclusive podendo utilizar parte do “orçamento de guerra” para financiar as demandas escolares.
Além disso, o ano letivo de 2020 poderá adentrar o calendário de 2021 com novos arranjos e respeitando-se a autonomia das escolas e universidades.
O Enem e os programas do MEC para ingresso no ensino superior terão que se adaptar aos novos calendários, devendo os sistemas subnacionais de ensino serem consultados previamente sobre esses assuntos como forma de assegurar a equidade no calendário escolar e a aprendizagem aos estudantes (ver abaixo a lista completa das ações indicadas pela MP 934).
Ainda sobre as ações interfederativas, a referida MP dialoga com o PL 2949, de coautoria de deputados da oposição, o qual complementa outros aspectos da gestão democrática voltados para a formulação dos protocolos de retorno às atividades escolares presenciais.
E esse projeto precisa ser aprovado com urgência pelo Congresso, com alguns acréscimos condizentes às garantias de emprego e renda para os profissionais da educação no atual momento da pandemia, uma vez que a MP 934 também se mostrou silente sobre esses assuntos que foram destacados durante a votação na Câmara Federal.
Outro projeto correlato à MP 934 diz respeito ao PL 3165/2020, que prevê auxílio financeiro na ordem de R$ 31 bilhões para compensar as perdas tributárias de estados, DF e municípios com o financiamento da educação básica pública. Essa cifra poderá ser alocada de novas fontes do governo federal ou do orçamento de guerra já previsto na MP 934.
Confira as principais medidas previstas na MP 934:
- O Conselho Nacional de Educação (CNE) editará diretrizes nacionais com vistas à implementação das medidas dispostas na MP 934.
- Os estabelecimentos de ensino de educação básica (públicos e privados), em caráter excepcional, no ano da pandemia, ficam dispensados:
- em âmbito da educação infantil, de observarem o mínimo de 200 dias de trabalho e de 800 horas anuais previstos no inciso II do art. 31 da Lei nº 9.394; e
- no ensino fundamental e no ensino médio, da obrigatoriedade dos 200 dias de efetivo trabalho escolar, desde que cumprida a carga horária mínima anual estabelecida na LDB, sem prejuízo da qualidade do ensino e da garantia dos direitos e objetivos de aprendizagem.
- A reorganização do calendário escolar obedecerá aos princípios do art. 206 da Constituição Federal, notadamente a igualdade de condições para o acesso e permanência nas escolas, e contará com a participação das comunidades escolares para sua definição.
- Para o cumprimento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, a integralização da carga horária mínima do ano letivo afetado poderá ser feita no ano subsequente, inclusive por meio da adoção de um continuum de duas séries ou anos escolares, observadas as diretrizes nacionais editadas pelo CNE, a BNCC e as normas do respectivo sistema de ensino
- A critério dos sistemas de ensino, no ano letivo afetado, poderão ser desenvolvidas atividades pedagógicas não presenciais:
- Os sistemas de ensino que optarem por adotar atividades pedagógicas não presenciais como parte do cumprimento da carga horária anual deverão assegurar, em suas normas, que os alunos e os professores tenham acesso aos meios necessários para a realização dessas atividades.
- As diretrizes nacionais editadas pelo CNE e as normas dos sistemas de ensino, no que se refere a atividades pedagógicas não presenciais, considerarão as especificidades de cada faixa etária dos estudantes e de cada modalidade de ensino, em especial quanto à adequação da utilização de tecnologias de informação e comunicação, e a autonomia pedagógica das escolas assegurada pelos arts. 12 e 14 da Lei nº 9.394 (LDB).
- Caberá à União, em conformidade com o disposto no § 1º do art. 211 da Constituição Federal, prestar assistência técnica e financeira de forma supletiva aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal no provimento dos meios necessários ao acesso dos profissionais da educação e dos alunos da educação básica pública às atividades pedagógicas não presenciais adotadas pelos sistemas de ensino, durante o estado de calamidade pública.
- Para fins de cumprimento das demandas listadas acima, a União poderá utilizar os recursos oriundos do regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações instituído pela Emenda Constitucional nº 106, de 7 de maio de 2020.
- A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal implementarão, em regime de colaboração, estratégias intersetoriais de retorno às atividades escolaresregulares nas áreas de educação, de saúde e de assistência social.
- Fica facultado aos sistemas de ensino, em caráter excepcional e mediante disponibilidade de vagas na rede pública, possibilitar ao aluno concluinte do ensino médio matricular-se para períodos de estudos de até um ano escolar suplementar.
- O Ministério da Educação ouvirá os sistemas estaduais de ensino para a definição das datas de realização do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem)
- Os processos seletivos de acesso aos cursos das instituições de educação superior que tenham aderido ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (Prouni) serão compatibilizados com a divulgação dos resultados do Enem.
- O retorno às atividades escolares regulares observará as diretrizes das autoridades sanitárias e as regras estabelecidas pelo respectivo sistema de ensino.
- Caberá à União, em conformidade com o disposto no § 1º do art. 211 da Constituição Federal, prestar assistência técnica e financeira de forma supletiva aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal para a adequada implementação das medidas necessárias ao retorno às atividades escolares regulares.
- Para cumprimento da finalidade acima disposta, a União poderá utilizar recursos oriundos do regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações instituído pela Emenda Constitucional nº 106 (“orçamento de guerra”).
- Será assegurado atendimento educacional adequado aos estudantes enfermos (que não possam se deslocar à escola), garantidos, aos das redes públicas, programas de apoio, de alimentação e de assistência à saúde, entre outros.
- Serão mantidos os programas públicos suplementares de atendimento aos estudantes da educação básica e os programas públicos de assistência estudantil da educação superior, devendo ser considerados os 200 dias letivos para fins de financiamento desses programas.
Brasília, 02 de julho de 2020
CIEE MG disponibiliza plataforma de ensino virtual
O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) de Minas Gerais está ofertando vagas de estágio em níveis técnico e superior. Ao todo, são 13 vagas para Belo Horizonte e região.
No nível superior, a oferta é de 10 vagas - sendo a maioria para BH, mas há oportunidades em Ibirité e Santa Luzia. A carga horária é de 6 horas diárias, o valor da bolsa-auxílio varia de R$600 a R$980 e todos os estagiários têm direito a auxílio-transporte.
As chances são para estudantes dos cursos de Administração, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Gestão Comercial, Gestão Financeira, Gestão de Processos Gerenciais, Marketing, Publicidade e Propaganda, Rede de Computadores, Tecnologia da Informação, Turismo e Sistema da Informação.
Ja para o nível técnico, são três vagas para os estudantes dos cursos de Técnico de Informática, Técnico em Administração, Técnico em Hotelaria, Técnico em Rede de Computadores e Técnico em Turismo.
Os interessados precisam fazer o cadastrar no site do CIEE MG (http://www.cieemg.org.br) e enviar nome completo, curso e período para o e-mail: vagas@cieemg.org.br. Para mais informações, a instituição disponibiliza o número (31) 3429-8100.
O CIEE MG conta com cerca de 11 mil estagiários e mil jovens aprendizes e, a fim de auxiliá-los durante o período de isolamento, a instituição disponibilizou o CIEE Saber Virtual - uma plataforma de ensino a distância.
Através do portal da instituição, os interessados podem acessar a plataforma de ensino que conta com ambientes virtuais de aprendizagem. Os cursos são gratuitos e integralmente online. No caso do jovem aprendiz, os cursos online estão valendo como complementação da formação teórica, portanto são obrigatórios.
Na plataforma, é possível realizar quatro cursos ou 'trilhas de conhecimento, como a instituição intitulou. Os temas são: "Preparação para o Mundo do Trabalho", "Lidando com a informática", "Orientação e informação profissional" e "A comunicação e a matemática".
Ao final do curso, os participantes terão direito a um certificado digital. De acordo com o CIEE, esses conteúdos têm a finalidade de preparar os jovens para o mundo do trabalho.
Fonte: CIEE
IFMG Recebe calouros e veteranos para ano letivo 2019
A partir da próxima semana, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) começa a receber calouros e veteranos para o início do ano letivo 2019. No decorrer do mês de fevereiro, 16 dos 18 campi já estarão com os estudantes em aulas e realizando atividades acadêmicas dos cursos técnicos e da graduação. Para recepcionar os novatos, algumas ações foram programadas, como aulas inaugurais, eventos culturais e reuniões de orientação. Cerca de 13 mil alunos voltam às aulas e outros 4.800 começarão seu ciclo de estudos no IFMG.
Cada campus tem o seu próprio calendário e o dia de início das aulas não será o mesmo para todos os alunos. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde há cinco unidades, as aulas começam no dia 4 de fevereiro, segunda-feira, para os alunos de Ibirité. Neste campus, oficialmente inaugurado em novembro de 2018, o IFMG ofertará quatro novos cursos. Já no dia 6, será a vez dos alunos do Campus Betim retornarem às aulas. Na quinta-feira, 07/02, os estudantes serão recepcionados pelo Campus Santa Luzia. Em Ribeirão das Neves e Sabará (cursos técnicos), a volta às aulas será nos dias 11 e 18 de fevereiro, respectivamente. Os alunos da graduação de Sabará são esperados no dia 25/02.
Na próxima segunda-feira, 04/02, as aulas recomeçam também em outros três campi do IFMG: Arcos, Ipatinga e Ponte Nova. No dia seguinte, terça-feira, é a vez dos alunos de Governador Valadares iniciarem os estudos. Nos campi de Congonhas e Ouro Branco (cursos técnicos), o início das atividades será no dia 06/02. Conforme o calendário acadêmico, está previsto para o dia 11/02 a retomada das aulas em Bambuí, Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco (cursos superiores) e Piumhi. No dia 18/02, recepcionam alunos os campi de Itabirito e São João Evangelista. Em Formiga, o ano letivo começa em 07/03, já no Campus Ouro Preto existe a previsão de início em 08/04, devido ao pagamento de greves em anos anteriores.
Outras informações sobre os calendários acadêmicos e recepção dos estudantes podem ser consultadas no portal institucional, no endereço www.ifmg.edu.br.
Prazo de inscrição do Vestibular do IFMG termina no dia 30/10
Termina na próxima terça-feira, 30 de outubro, o prazo para se inscrever no Vestibular 2019/1º semestre do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG). Neste processo seletivo, com oferta recorde no número de vagas, são oferecidas cerca de 4.800 oportunidades, distribuídas em 113 cursos, nas modalidades técnico (integrado e subsequente) e superior, em 18 cidades localizadas nas regiões Metropolitana, Central, Centro-oeste, Zona da Mata e Leste de Minas Gerais.
Os interessados devem acessar o site www.ifmg.edu.br, entrar na página do Vestibular, ler as informações dos editais e seguir os passos para efetuar a inscrição. Durante o processo, será preciso fornecer dados pessoais e documentos como RG e CPF. Ao final do preenchimento, o candidato emitirá a Guia de Recolhimento da União (GRU) para efetuar o pagamento da taxa de inscrição, no valor de R$ 50, em qualquer agência bancária, casa lotérica ou agência dos correios. A taxa de inscrição é o único custo para ingresso no IFMG, já que todos os cursos ofertados são gratuitos.
Ações afirmativas
Do total de vagas, 50% estão reservadas a candidatos que tenham cursado, integralmente, o Ensino Médio/Ensino Fundamental em escolas públicas, respeitando a proporção mínima de autodeclarados pretos, pardos e indígenas do último censo do IBGE. Os outros 50% são para ampla concorrência.
Ingresso pelo ENEM e SISU
Para concorrer às vagas de graduação, os candidatos terão duas opções de ingresso. A primeira é feita utilizando a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O IFMG não aplicará provas, já que vai utilizar os resultados do Enem de 2018, 2017 ou 2016. Neste caso, o requisito é que o candidato não tenha obtido nota zero em nenhuma das provas, incluindo a redação. A segunda opção é via SISU, em edital específico a ser lançado em janeiro de 2019.
São ofertados 51 cursos superiores, tais como: Administração, Agronomia, Engenharia Mecânica, Medicina Veterinária, Física, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Produção, Ciência da Computação, Engenharia Elétrica, Geografia e Engenharia Civil.
Ingresso dos cursos técnicos
As provas do Vestibular (aplicadas somente para os cursos técnicos integrados e subsequentes) serão realizadas em 9 de dezembro de 2018. Nesse dia, o candidato deverá apresentar o documento de identificação com foto e o comprovante definitivo de inscrição (CDI), que informará o local e horário de realização do exame e estará disponível na internet a partir de 3 de dezembro.
Entre os 62 cursos técnicos, há opções como Administração, Agropecuária, Informática, Meio Ambiente, Automação Industrial, Mineração, Mecânica, Eletrotécnica, Edificações, Segurança do Trabalho, Nutrição e Metalurgia.
Onde estudar
O IFMG é uma instituição pública de ensino criada em 2008, com a Lei 11.892. Completa 10 anos no próximo dia 29 de dezembro. Atualmente, a instituição, com Reitoria instalada em Belo Horizonte, possui campi em 18 cidades, nas seguintes regiões de Minas:
- Metropolitana de BH: Betim; Ibirité; Ribeirão das Neves; Sabará; Santa Luzia.
- Central: Congonhas; Conselheiro Lafaiete; Itabirito; Ouro Branco; Ouro Preto.
- Zona da Mata: Ponte Nova.
- Centro-oeste: Arcos; Bambuí; Formiga; Piumhi.
- Leste: Governador Valadares; Ipatinga; São João Evangelista.
Em Ibirité, o campus, recém-construído, abre o ingresso para turmas regulares pela primeira vez.
Ratecos Convida, Projeto do Raul estreita laços entre alunos da Educação Profissional e mercado de trabalho
Incentivar os alunos do Ensino Profissional e mostrar a eles as chances de atuação, o cotidiano e as vantagens e desafios da profissão depois da conclusão do curso, fora do dia a dia comum em sala de aula. Esses são os objetivos do projeto “Ratecos Convida”, idealizado e conduzido pelo professor Rafael Devilson, da Escola Estadual Raul Teixeira da Costa Sobrinho, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Rafael explica que a ideia surgiu da vontade de expandir o conhecimento dos alunos sobre o mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, sair um pouco da rotina em sala de aula. Para isso, organizou a primeira atividade: no dia 11 de maio, a escola recebeu a visita do presidente e do chefe do setor de registros do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais 4ª Região (CRECI-MG), Newton Marques e Julio Cesar, respectivamente, para conversar com a turma do curso técnico de Transações Imobiliárias.
“Depois de um dia inteiro de outras atividades, é preciso encontrar uma forma de ter a atenção dos alunos para o conteúdo da aula. Acredito que ter um convidado falando sobre um tema que eles estudam e com o qual vão trabalhar é uma forma de fazer isso e deixar de lado um pouco os livros e apostilas, que são usados todos os dias, basicamente”, disse o professor, que também é coordenador do curso técnico de Transações Imobiliárias.
Durante a palestra, os profissionais falaram sobre o atual cenário de comercialização de imóveis em Belo Horizonte, Santa Luzia e outros municípios da região metropolitana e comentaram sobre as vantagens e desafios do ofício de um corretor. “Ficamos satisfeitos porque conseguimos cumprir os objetivos da atividade: sair um pouco do padrão, mostrar aos alunos as perspectivas do mercado de trabalho e o dia a dia de atividades, e aproximá-los de pessoas gabaritadas na área. O envolvimento foi tão grande que os alunos já estão em busca de várias informações sobre cursos e outras possiblidades que foram mostradas e também convidados saíram da escola com o compromisso de enviar, para outra palestra, um advogado especialista na área de imóveis” , afirmou Rafael.
A segunda atividade aconteceu no último dia 22, e foram as turmas dos cursos técnicos de Recursos Humanos e Serviços Públicos que receberam a visita do perito do Ministério do Trabalho, Emerson Gomes. Em sua palestra, o profissional falou sobre processos trabalhistas e suas tramitações na Justiça do Trabalho e apresentou casos reais com os quais lida cotidianamente. De acordo com a coordenadora do curso de Recursos Humanos, Mara Azevedo, no decorrer da conversa, os alunos ficaram extremamente envolvidos por meio de questionamentos e interação com o perito trabalhista. “Notamos, ao final do encontro, que o objetivo de promover discussões sobre as atividades profissionais relacionadas aos dois cursos foi atingido de forma ampla e objetiva, e consequentemente o propósito de aprimorar o aprendizado das turmas também foi cumprido”, disse.
Na Escola Raul Teixeira da Costa Sobrinho, além dos cursos técnicos profissionalizantes de Transações Imobiliárias, Recursos Humanos e Serviços Públicos, também é ofertado o de Secretaria Escolar, com um total de 170 alunos matriculados em cinco turmas.
A expectativa é de que, até o final de junho, os estudantes recebam mais uma visita de profissionais renomados no mercado. “Está prevista a vinda de um inspetor da Secretaria de Estado de Educação para conversar com os alunos do curso de Secretaria Escolar e falar sobre as atividades da profissão e como está, atualmente, o mercado de trabalho nesta área. O objetivo é contemplar todas as turmas mais de uma vez, porque os alunos estão bastante animados e curiosos, a receptividade do projeto foi a melhor possível”, explicou Rafael.
O projeto “Ratecos Convida” conta com o apoio da diretoria e dos outros professores para conseguir realizar as atividades, já que demandam disponibilidade de espaço e de horário. “A ideia foi abraçada por toda a equipe pedagógica, uma vez que os educadores reconhecem a importância de ofertar isso para os alunos e também de se unir para conseguir oferecer uma estrutura adequada para que tudo aconteça”, esclareceu o coordenador.
Educação Profissional
A Rede Estadual de Educação Profissional (REDE) foi instituída pelo Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE), como objetivo de ampliar a oferta de cursos técnicos de nível médio em todos os 17 Territórios de Desenvolvimento do Estado. Os cursos são oferecidos de acordo com as vocações de cada região e têm o objetivo de profissionalizar os jovens com vistas à participação do cidadão comum no mundo do trabalho, além de visar ao atendimento das demandas de comunidades e dos arranjos produtivos locais. Em 2017, 44 mil estudantes participaram dos cursos técnicos ofertados pela REDE.
Fonte: Educação MG
Alunos de Santa Luzia fazem pesquisa científica sobre aceitação da cultura quilombola
Alunos reunidos com o objetivo de descobrir o porquê de muitos de seus colegas não reconhecerem os valores da comunidade quilombola onde estão inseridos. Esse é um cenário frequente na Escola Estadual Quilombola Padre João de Santo Antônio, no distrito de Pinhões, em Santa Luzia, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, quando a turma do projeto de iniciação científica se encontra para colocar em prática o cronograma de pesquisa.
O projeto “Relações entre a construção da identidade quilombola e o processo de educação escolar das novas gerações – Pinhões, Santa Luzia / MG“ é um dos 74 aprovados para fazer parte do Núcleo de Pesquisa e Estudos Africanos, Afrobrasileiros e Diáspora (Ubuntu/Nupeeas), eixo que compõe o Programa de Iniciação Científica no Ensino Médio, conduzido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais.
A professora orientadora do projeto, Janaína Vasconcelos, explica que, há cinco anos, a escola é reconhecida pela SEE como quilombola. No entanto, os professores percebem muita resistência dos alunos em se aceitarem como pertencentes a uma comunidade que representa a luta e o protagonismo negro em busca da liberdade na época da escravidão. “A nossa proposta de pesquisa é saber o porquê de esses estudantes associarem a cultura quilombola a algo negativo e não a um povo heroico que lutou, inclusive, pela sua sobrevivência. Essa questão de identidade quilombola ou da falta dela está muito presente na nossa escola, por isso resolvemos conduzir o projeto de iniciação científica nesse sentido”, explicou Janaína.
Depois de cumprir todos os processos do edital do Ubuntu/Nupeeas, em 2017, a Escola Estadual Padre João de Santo Antônio foi uma das 74 escolas que tiveram seu projeto aprovado entre quase 500 inscritos. Como 32 alunos se inscreveram para participar da pesquisa e havia vagas apenas para 12, foi feito um processo de seleção pela equipe escolar. “Reunimos professores, coordenadores, diretora, vice-diretor e funcionários da secretaria e da cantina para discutir quais estudantes tinham mais perfil de participar de um projeto de iniciação científica de acordo com seu comportamento em sala de aula, interação com os colegas e professores e interesse por livros e pesquisas.
Depois de escolherem os 12 alunos, mãos à obra. Com quase dois meses de atividade, o grupo está na fase de pesquisas. “Estamos lendo sobre a Lei 10.639/03, que trata do Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em todas as escolas públicas e particulares, sobre a Base Nacional Comum Curricular, diretrizes e bases da educação quilombola, teses de mestrado e doutorado sobre o assunto e muitos textos, de vários autores, entre eles a pedagoga Nilma Lino Gomes”, explicou a professora Janaína. As futuras etapas são pesquisas de campo com os alunos, moradores e integrantes das associações da comunidade, análise dos resultados, elaboração de gráficos e planilhas e, por fim apresentação para a comunidade escolar.
A estudante do 2º ano Josiele Perdigão considera única a oportunidade de participar do projeto e diz estar muito animada, apesar dos desafios que sabe que vai enfrentar. “Quero comprovar a nossa hipótese, que sugere a resistência dos alunos em se reconhecerem quilombolas ou em se sentirem pertencentes a nossa escola e, mais do que isso, quero ajudar a mudar isso, eliminar esse preconceito, essa dificuldade de aceitação de um passado de luta e resistência”, disse.
A aluna Liriel Santos, também do 2º ano, revelou que ela era uma das pessoas que tinha resistência em se reconhecer como uma descendente quilombola e que se interessou em fazer parte do grupo de iniciação científica exatamente pelo fato de querer quebrar essa barreira e conhecer melhor sobre o assunto. “Não me sentia representada, mas ficava incomodada com isso, porque sei que faz parte da minha história. Quando tive essa oportunidade já me inscrevi para tentar mudar isso e fico feliz de ter conseguido com pouco tempo de projeto, e estou fazendo o possível para mudar isso em outras pessoas também e fazer com que elas valorizem a nossa cultura”, disse
Para a diretora da Escola Estadual Padre João de Santo Antônio, Paola Catherine, é um orgulho ter um projeto como esse na escola, tanto pelo tema que defende quanto pelo que isso vai representar depois que os alunos se formarem. “Pesquisar o que eles propuseram é muito pertinente para esta escola, pois é exatamente isso que vemos aqui. Além de os alunos estudarem uma hipótese e se mobilizarem para tentar mudar essa visão de quem não se sente representado pela cultura quilombola, eles vão ter em seus currículos um detalhe importantíssimo que é a participação em um projeto de iniciação científica. Quando cursarem o Ensino Superior, pode ser que sejam os primeiros escolhidos para um projeto, pode ser que tenham um projeto selecionado em instituições de apoio à pesquisa, entre várias outras possibilidades”, afirmou Paola.
Assim que todas as etapas forem cumpridas e o projeto estiver finalizado, com o artigo escrito, o grupo fará uma apresentação para os alunos e também para a comunidade para mostrar os resultados da pesquisa. A expectativa da orientadora Janaína é grande, e todo o grupo garante que vai se empenhar para conseguir cumprir os objetivos. “Além de comprovar a hipótese e mudar o conceito dos alunos, queremos muito que o artigo seja publicado em uma grande revista. Pode ser que seja um sonho, mas acreditamos nele”, disse, inspirada, a professora.
Nupeeas/Ubuntu
O eixo Núcleo de Pesquisas e Estudos Africanos, Afro-Brasileiros e Diáspora (Ubuntu/Nupeeas) faz parte do Programa de Iniciação Científica no Ensino Médio. Seus projetos são estruturados a partir da linha de pesquisa Cultura, História, Trajetórias Político-Sociais e Científicas dos Africanos e Descendentes em Diáspora, e devem abordar uma das seguintes vertentes analíticas: cultura, memória, corporeidade, ancestralidade, construção e fortalecimento das identidades afrodescendentes na contemporaneidade, participação social, comunitária e política de combate ao racismo e à discriminação racial; africanidades, ciências, engenharias e tecnologias.
Iniciação Científica
O Programa de Iniciação Científica no Ensino Médio tem por finalidade viabilizar e apoiar a atividade de pesquisa e investigação científica para estudantes de Ensino Médio de escolas da rede estadual. Para os professores do Ensino Médio que orientam a pesquisa, há a concessão de extensão de carga horária para que desenvolvam os projetos de pesquisa selecionados.
Fonte: Educação.mg.gov.br